sexta-feira, 24 de junho de 2011

A prosa da terceira geração modernista

Olá a todos!

Após a leitura de "A terceira margem do rio" em sala, que certamente não foi das mais fáceis para nós por ser um conto denso e muito complexo, faremos uma análise do fluxo de consciência de Guimarães Rosa. Com nosso debate, fica claro que o autor não quer confundir o leitor; ao contrário, ele quer colocar uma luz no que ainda não havia sido dito, trazer o inconsciente à tona!

Tarefa difícil. Porém, não impossível. Como um dos principais representantes da terceira fase do Modernismo no Brasil, Guimarães Rosa decidiu romper com a barreira da literatura tradicional até então, misturando elementos de poesia na prosa, retratando o homem do campo - enquanto Clarice fez o mesmo com o homem urbano. O estilo dos dois autores em muito se assemelha, principalmente no caráter investigativo do inconsciente de seus personagens. Sendo assim, chegamos ao ponto importante do nosso trabalho.

Sendo assim, após ler "A terceira margem do rio", identifique partes do conto em que o narrador demonstre fazer uso do recurso do fluxo de consciência e explique por quê. Utilize aspas (" ") para isolar o trecho que você pretende explicar, começando seu comentário por ele. Depois, em um novo parágrafo, mostre como o narrador pode ter usado tal recurso e por quê. Desta vez não há um número máximo de palavras, por isso seja preciso e atento à linguagem utilizada.

Segue um exemplo de como o trabalho deve ser feito:

"Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos."
Aqui o autor demonstra como o uso da palavra "doido" atormentava a personagem do filho, que "deixa escapar" pela linguagem o quanto essa palavra era um tabu em sua casa e como isso o incomodava, já que ele considerava que todos poderiam, sim, ser "doidos".

Lembrando que o meu exemplo não poderá ser utilizado, ok?

Abraços e bom trabalho a todos!


P.S.: Este exercício terminará dia 05 de julho.

14 comentários:

kariny disse...

“Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio – pondo perpétuo.”
O autor mostra o personagem se perguntado o que ele poderia ter feito para o seu pai ter escolhido viver no rio sem ir nem vir, deixando assim o filho pesando ser culpado pelo ato do pai.

kekinhacat_16 disse...

''Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais.''
O autor ao dizer que o personagem só permanecia em certa parte do rio
nos deu a possibilidade de imaginar que o perssonagem estacionou em um perído de sua vida.Como se estivesse insistindo que algo precisasse ser mudado para ele seguir o percurso de sua vida normalmente!
Jéssica n°16

Fernanda Ignacio disse...

"Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio."

Nesse trecho "sou homem , depois desse falimento?" percebemos que o personagem fica confuso em relação ao o que ele passou a ser , ao perceber que seu pai morreu e que ele tem medo de morrer igual seu pai , numa canoinha rio a fora.
Fernanda Ignacio - 11

Juliαnα♥Leαndro disse...

"Surpresa que mais tarde tive: que nossa mãe sabia desse meu encargo, só se encobrindo de não saber; ela mesma deixava, facilitado, sobra de coisas, para o meu conseguir. Nossa mãe muito não se demonstrava."

Quando o autor diz que nossa mãe muito não se demostrava, na verdade mostrava sim, pois ele via que ela o ajudava, no contexto o autor está muito confuso inconsciente da situação e da sua ação em relação ao pai.

Juliana Serralha Nº 20

Anônimo disse...

"Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando idéia."
Quando ele diz que é o culpado pelo o que nem sabe, ele quis dizer que por não saber o que acontece com o pai dentro da canoa, estando bem ou mal, ele se sente culpado. E se ao menos soubesse, pelo que o pai passava suas ideias e talvez a culpa seriam outras.
Andressa Araujo
nº3

gabi_s2_romarinho disse...

"A gente teve de se acostumar com aquilo. Às penas, que, com aquilo, a gente mesmo nunca se acostumou, em si, na verdade. Tiro por mim, que, no que queria, e no que não queria, só com nosso pai me achava: assunto que jogava para trás meus pensamentos."

Teria que se acostumar com algo, o que na verdade nunca foi realmente feito, ele compara isto ao fato das suas escolhas nunca acontecerem da maneira que queira, e sim da maneira de pai, fazendo ele mesmo com que seus pensamentos serem limitados pelo querer de seu pai e não ao dele proprio.

gabi_s2_romarinho disse...

Ahhh esqueci do nome..

Gabriele Cordeiro nº13 :D

Paloma disse...

“Minha irmã se mudou, com o marido, para longe daqui. Meu irmão resolveu e se foi, para uma cidade. Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, resisidir com minha irmã, ela estava envelhecida. Eu estava aqui, de resto.”

Aqui o autor quiz demonstrar que todas as pessoas da família tinham se conformado com aquele acomtecimento, menos o filho. Talvez algum pensamento o atormentasse, e o fazia culpado por aquela atitude do pai.

PALOMA N.:30

Ray Lima disse...

"Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..." E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.
Nesse momento, na minha opinião ele(o filho), já que está cansado de ver o seu pai naquela situação que não se resolvia e com isso ele tomou a decisão de ficar no lugar do pai na canoa e por isso seria um alivio como a frase mesmo diz:"E,assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo." como se o pai dele fosse o motivo da agonia que ele estava sofrendo.

nome: Rayane Lima nº 33

Amanda disse...

"Ele me escutou.Ficou em pé.Manejou remo n'água,proava para cá,concordado.E eu tremi, profundo,de repente:porque,antes,ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto - o primeiro,depois de tamanhos anos decorridos!"

Ele quis diser que não esperava que seu pai ai agir dessa forma, concordando com o que ele havia falado, isso o assustou muito,porque seu pai nunca deu o braço a torcer,saudando o com gesto.

Giselle Fleury disse...

Olá pessoal!

Alguns comentários muito bons, outros precisando de revisão ou aprofundamento, mas todos computados par a nota do 2o bimestre. Na aula de hoje faremos uma avaliação do blog e sua contribuição para o aprendizado.

Abraços!

Juan disse...

Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado.

Nesse trecho o autor demonstra o medo que todos temos,não apenas o medo do além,mais sim o medo do desconhecido. Todos temos nossos temores,mas para o personagem isso não é uma coisa que um homem devia sentir e ele fica em duvida,e se cala para que ninguém saiba dos seus verdadeiros sentimentos. Nome: Juan nº: 19

Igor disse...

"De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando idéia."

Nesse trecho ele se sente culpado pelo pai ter ido embora mesmo sem saber o porquê, por essa súbita saída de casa tudo acaba "caindo nos ombros" do filho, e isso acaba frustrando-o da maneira em que fica com uma "síndrome de velho" como é citado na passagem.

Igor disse...

Igor n°14